O segredo dos octogenários que são independentes, produtivos
– e felizes
Por Cristiane Segatto
Para descobrir a idade de alguém, observe as mãos. Essa estratégia, quase sempre infalível, não funciona com Adib Jatene, de 85 anos, o mais célebre dos cirurgiões cardíacos brasileiros. Com poucas rugas e unhas muito bem aparadas, as mãos dele parecem 20 anos mais jovens. Comandadas por um cérebro admirável, elas executaram 40 mil operações. Há poucos meses, Jatene abandonou as salas de cirurgia. Tem consciência das limitações físicas impostas pelo tempo. Isso não significa a aposentadoria. Sua agenda continua lotada. Todos os dias, atende pacientes no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.
O
Projeto 80+, uma parceria do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade
de São Paulo (USP) com outras unidades da USP, investiga se há algo de especial
nos genes e no cérebro dos octogenários saudáveis.
Cento e trinta idosos doaram
sangue e foram submetidos a exames de ressonância magnética e a outras
avaliações físicas e de desempenho cognitivo. Jatene é um dos voluntários,
assim como o economista Delfim Netto, a atriz Beatriz Segall, a bailarina Ruth
Rachou, a professora Cleonice Berardinelli e o escritor Zuenir Ventura, entre
outras personalidades.
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