Por Laís Duarte |
Foi a Terra Indígena Guarani Piaçaguera, na
divisa de Itanhaém com Peruíbe, no litoral paulista, o berço de Lydia
da Silva Gonçalves. O pedaço de chão, que o avô doou para o pai, o pai
doou para ela. Dali Lydia tirava o sustento da família. Capinando a
roça, ficou viúva, com quatro filhos, aos 23 anos. Casou-se outra vez.
Aumentou a prole com mais duas crianças.
Aos 65 anos, resolveu legalizar a área herdada e foi trapaceada por um advogado. Tudo porque não sabia ler. Decidida a não ser passada para trás de novo, lá foi ela se matricular na escola. Quem diria: tomou gosto pela coisa. Entrou no curso de Pedagogia da Universidade Aberta para a Melhor Idade. Tomada pelas letras, pôs a caneta para funcionar. Das mãos que não sabiam escrever brotaram poemas e contos. Lydia publicou em 2007 A Felicidade Está a sua Espera, seu primeiro livro. Agora resgata a cultura de seu povo em uma coletânea de contos infantis que logo estará na gráfica. De posse das palavras e da própria vida, aos 73 anos Lydia recuperou as terras, planeja mestrado e doutorado em Educação, pois descobriu que o saber é libertador. “Nunca é tarde para aprender. Se a gente quer, consegue”, reforça. Saiba mais: Mosaico Caiçara, de Lydia da Silva Gonçalves (Inteligência, 2009). |
Este blog foi criado com objetivo de reunir informações importantes para pessoas da terceira idade, profissionais da área de saúde, cuidadores e demais interessados que desejam buscar conhecimento e interação.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Lydia não sabia ler e virou escritora
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